Relatório da Mentoria Capitalizo Consultoria - 02/10/2025

Publicado em 03/10/2025

O texto abaixo é a transcrição dos principais pontos comentados na mentoria do último dia 02/10/25. Clique aqui para assistir   

Cenário macro: juros, inflação e tributação

O pano de fundo segue menos turbulento. Nos EUA, permanece a possibilidade de mais dois cortes do Fed; no Brasil, o Copom pode apenas sinalizar cortes à frente, enquanto a atividade desacelera sem sobressaltos. 

O “shutdown” americano (primeiro em 7 anos) foi ruído passageiro. No Congresso, avançou a taxação de dividendos em 10% (ainda depende do Senado). FII e Fi-Infra seguem, por ora, isentos; em renda fixa discute-se alíquota uniforme (ex.: 17,5%), mas é preciso aguardar o texto final. 

Em suma: cenário de inflação comportada e juros cadentes adiante, com volatilidade vinda de surpresas, não do quadro base.

Mercado em 2025: onde estão os retornos

O ano segue positivo, apesar dos solavancos. Ibovespa +19%, small caps +24% e o IDIV +18%. IFIX +14%. CDI +10% no período. 

Lá fora, o S&P 500 em reais -0,1%, refletindo o dólar em -13,9%% no ano. Bitcoin +6,2% após recuperação recente. 

A leitura permanece: dá para capturar o ciclo com carteira preparada para cortes graduais ou um período mais neutro.

Liquidez, marcação a mercado e Fi-Infra

Surgiram ruídos em crédito privado, mas dentro do esperado para ativos marcados a mercado. Exemplos: Juro11 e CDI11 tinham exposição pequena a Braskem (0,54% e 0,53%); o rebaixamento de rating gerou desvalorização dos títulos (40%) e impacto contábil — sem atraso de pagamentos. 

Mesmo assim, o CDI11 teve seu melhor mês (R$2/cota). Em renda mensal, o histórico segue 0,9%–1,3% ao mês (varia com IPCA e CDI). 

Para travar IPCA longo e capturar eventual queda de juros via marcação a mercado, seguimos com preferência por IB5M11 (IPCA longa, duração 10 anos), observado recentemente em IPCA+7,42.

Reorganizações: RBRF11 → RBRX11

A incorporação do RBRF11 pelo RBRX11 foi concluída. 

Quem detinha RBRF11 não precisa fazer nada operacional — as cotas migram e até 27/10 é necessário informar o custo médio no portal indicado pela gestora/administrador (vamos reforçar por e-mail/Whats com o passo a passo). 

A leitura estratégica é positiva: fundos maiores diluem custos e ganham poder de negociação.

Mercado Livre: competição sazonal da Amazon

A Amazon zerou taxas de armazenamento de 30/9 a 3/12 (janela de Black Friday) e criou incentivos a sellers — o que pressionou Meli e Shopee no curto prazo. Vemos impacto pontual e competitivo, sem canibalização estrutural no e-commerce. Mantemos compra em Meli; posição em Sea (Shopee) segue válida; Amazon segue em manutenção (exposta também indiretamente via Berkshire).

Aura: case forte, ruído no BDR

A Aura abriu conversão de BDR para ações na Nasdaq. Entendemos o movimento como busca de liquidez lá fora; não recomendamos converter neste momento (há vantagens tributárias dos BDRs no Brasil, como compensação de prejuízo com ações locais). Mantemos a tese: ouro em alta, custos caindo e hedge que suaviza ciclos.

Cosan/Raízen: operação sólida, foco em desalavancagem

A entrada do BTG no bloco de controle melhora governança, rolagem de dívida e confiança. No limite, não descartamos, adiante, movimentos societários no ecossistema (ex.: aproximações setoriais como Eneva). O vetor é reduzir alavancagem sem diluir; ainda assim, mantemos posição menor pelo risco financeiro.

Setores e “círculo de competência”

Seguimos focando onde temos vantagem informacional e consultorias setoriais: financeiro, metal-mecânico, commodities selecionadas e tecnologia de qualidade. 

Entre commodities, apenas o ouro subiu de forma consistente; alumínio, papel/celulose, petroquímicos e correlatos seguem próximos de fundo de ciclo, com empresas operando bem apesar de preços de tela.

Metal-mecânico (Brasil)

Casos de qualidade antiga com preço de small cap (“fake small caps”): Marcopolo vive o melhor momento histórico, com pedidos fortes (inclui programa Caminho da Escola), sem grandes capex incrementais; Randon/Fras-le/IOSP crescem com exposição externa e poder de barganha junto a clientes. 

Tese: negócios resilientes, maduros e subprecificados.

Tecnologia: qualidade > euforia

Preferimos Microsoft, Alphabet, Meta pelo crescimento com alta recorrência, caixa líquido e ROIC crescente. São também pagadoras consistentes de dividendos/recompras, algo frequentemente subestimado no Brasil. A carteira internacional ancora volatilidade local.

Nova posição: Apollo

Incluímos Apollo (A1PO34/ações lá fora), com alvo de 2%–3% da carteira. 

Objetivo: ampliar a “cesta” de serviços financeiros/alternativos de alta margem, compondo, na prática, um ETF financeiro proprietário ao lado de ABCB, Mercantil (BMEB), BR Partners, Itaúsa, Inter, BB Seguridade, Berkshire, Brookfield, Wiz e afins.

Como estamos alocados

Mantemos diversificação Brasil + exterior, com realocações preferencialmente via dividendos. Em ações Brasil, uma das maiores exposições desde 2020, com peso em exportadoras, metal-mecânico e eficiência financeira. 

No exterior, tecnologia de qualidade e plataformas de investimento são o núcleo. Em renda, Fi-Infra continuam atrativos (desconto vs. VP e yield líquido mensal 0,9%–1,3%). 

Na renda fixa listada, preferência por IPCA longa (IB5M11) para carregar inflação + prêmio e capturar cortes via marcação a mercado.

Comportamento e disciplina

Mensagens-chave recorrentes do call: desopilar da cotação; ninguém sabe o próximo movimento de preço. 

Foque em empresas melhores hoje do que há 3–5 anos, tese com assimetria e gestão de risco por tamanho de posição. 

Não trocar tese por ruído e evitar overtrading é o que preserva o retorno composto.

Conclusão

O cenário base combina: (1) atividade global menos aquecida, (2) inflação controlada e (3) trajetória de queda de juros adiante.

A carteira está preparada para dois caminhos vencedores — juros cedendo ou período mais neutro. Liquidez bem gerida, diversificação entre Brasil e exterior e seleção de negócios excepcionais seguem como os três pilares para melhorar o retorno ajustado ao risco. 


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